As pessoas andam sem olhar para os lados, estão cada vez mais parecidas com icebergs.
A personalidade se difundiu de tal forma, que chega a faltar em muitos por ai. Somos entes despersonalizados...
Nos tornamos desconhecidos de nos mesmos. E olha que já conheci pessoas maravilhosa, do tipo a melhor entre as piores, ou a pior em ser ruim entre as mais ruins. Alguma coisa assim.
Mas o que realmente importa é que não sei nada sobre ninguém, e por mais que stalkeio um alguém qualquer, por mais que converse ou compartilhe experiências de vida, as pessoas continuam sendo uma incógnita chata a minha frente.
Pra ser sincera nem sei se me conheço. Mesmo assim com ousadia consigo me definir como ___ alguém que coleciona tiques nervosos, que tem pavor de cobras, nojo EXTREMO de fósforos e um conceito previamente formado na cabeça sobre o cheiro de pessoas ruivas e a possibilidade de extinção dos índios. Salvo índios norte-americanos. Por estes tenho respeito e admiração. São deles a maravilhosa ideia de criar o HARD ROCK CAFÉ. Bar cheio de estilo espalhado nas maiores capitais do mundo. Frequentei um na minha viagem à Buenos Aires.
O fato é que definitivamente as pessoas estão ficando desinteressantes. Acabou o conteúdo a forma clássica de flerte, aquelas coincidências maravilhosas de se encontrarem na livraria lendo o mesmo livro.
Sinto falta de uma realidade que nunca foi minha, é quase uma revolta de ter nascido no tempo errado.
O mundo transbordava de cultura, as pessoas eram inteligentes, carinhosas e felizes, tudo ao mesmo tempo.
Hoje não passamos de seres vazios comandados pelo avançar dos números em relógios digitais. Somos satisfeitos em viver numa realidade que tem uma liberdade de expressão tão limitada quanto em tempos de ditadura.
Deviam ser bons tempos àqueles em que se viam pessoas sentadas nos parques lendo "O apanhador no Campo de centeio", e principalmente que haviam parques seguros em que sentar-se não ocasionaria perigo algum.
Pensando nessas coisas, lembro-me de diariamente escrever contos em um caderno na minha infância e guarda-lo escondido para que ninguém o lesse. Lembro de anos depois ganhar minha "ainda viva" maquina de escrever. Foi maravilhoso poder ver uma letra que não a minha grafando em folhas brancas de papel meus pensamentos inocentes. A impossibilidade de apagar o que era escrito tornava as pessoas mais inteligentes. Os pensamentos eram bem elaborados, as coisas eram cheias de sentido.
Penso que a era digital pode nos trazer diversas versões de cultura, sabedoria, felicidade...mais nenhuma delas é satisfatória.
A humanidade perdeu o gosto por comprar livros, ler clássicos, ouvir MÚSICAS (não essa merda de melódia sem letra que atormenta nossos ouvidos). Estamos nos tornando seres desprezíveis, mesquinhos, vazios.
Realmente frios...
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